domingo, 8 de outubro de 2017

Resenha:Ninguém Nasce Herói


Livro:Ninguém Nasce Herói
Autor:Eric Novello
Páginas:384
Editora:Seguinte


Sinopse

Num futuro em que o Brasil é liderado por um fundamentalista religioso, o Escolhido, o simples ato de distribuir livros na rua é visto como rebeldia. Esse foi o jeito que Chuvisco encontrou para resistir e tentar mudar a sua realidade, um pouquinho que seja: ele e os amigos entregam exemplares proibidos pelo governo a quem passa pela praça Roosevelt, no centro de São Paulo, sempre atentos para o caso de algum policial aparecer. Outro perigo que precisam enfrentar enquanto tentam viver sua juventude são as milícias urbanas, como a Guarda Branca: seus integrantes perseguem diversas minorias, incentivados pelo governo. É esse grupo que Chuvisco encontra espancando um garoto nos arredores da rua Augusta. A situação obriga o jovem a agir como um verdadeiro super-herói para tentar ajudá-lo — e esse é só o começo. Aos poucos, Chuvisco percebe que terá de fazer mais do que apenas distribuir livros se quiser mudar seu futuro e o do país.


Oi meu povo!Tudo bom com vocês?
Vamos com mais uma resenha hoje pra irmos colocando as coisas em dia por aqui.
O livro escolhido foi um que terminei de ler recentemente e recebi de cortesia do grupo Companhia das Letras;Ninguém Nasce Herói,do autor Eric Novello.
Esse livro me interessou bastante por ser uma distopia nacional.Não lembro de ter lido nenhum livro nacional desse gênero,o que me deixou muito curioso pra saber como o autor ia abordar a história.



Aqui vivemos numa São Paulo governada pelo Escolhido.
Qualquer ato simples como ler um livro que te faça ter opinião é visto como forma de protesto contra o governo.
Chuvisco e seus amigos fazem parte da turma que vão contra os mandos e desmandos do governo e tentam através de pequenos atos atrair a atenção da população para o autoritarismo.
Chuvisco sempre teve um senso de justiça muito grande,então quando ele vê um garoto sendo espancado pelas milícias urbanas,ele não pensa duas vezes e parte para defender o garoto,colocando em risco sua própria vida.
E assim começa a luta do nosso protagonista contra um governo que faz de tudo para deter as massas e impor seu ponto de vista e faz prevalecer a sua vontade.


Galera,quando peguei esse livro pra ler não tinha a menor expectativa,nem nada.Apenas curiosidade mesmo pra saber como seria ler uma distopia nacional recente.
Não sei se é pelo fato de estar um pouco saturado do gênero,mas a minha experiência com essa leitura não foi tão boa assim.
O mundo criado pelo autor é bem real,bem semelhante ao nosso mesmo,com a diferença de um governo mais tirano e controlador (estilo ditadura militar,aliás essa história me lembrou demais o período da ditadura)
A intenção em mostrar esse mundo cheio de imposições,preconceitos e afins foi ótima,mas achei algumas partes forçadas.


Os personagens são jovens,com todo espírito de revolução e vontade de fazer a diferença nesse mundo,principalmente Chuvisco.
O sentimento de amizade entre eles é interessante de se ver,porém esse sentimento vai se misturando a muitos segredos e a várias outras variantes,o que acabou deixando o leitor muito confuso com a relação entre eles.
Essa indefinição entre a relação e os sentimentos dos personagens me atrapalhou um pouco no decorrer da leitura.
Em meio a essas indefinições,gostei da relação entre a Amanda e o Chuvisco.Eles mostram muito carinho e preocupação um com o outro.Foi algo muito bonito de se acompanhar.
Chuvisco me irritou bastante em alguns momentos.Ok,ele tem vontade de fazer a diferença no mundo,mas ele sozinho não vai conseguir nada.Ter os amigos por perto,se abrir pra eles,não guardar segredos do que ele planeja.....isso são coisas que deveriam ter sido feitas,mas ele prefere afastá-los.Entendo até que seja para protegê-los,mas ele acaba se isolando muitas vezes desnecessariamente.
O vilão aqui não tem uma figura física representada.A gente sabe que é o Escolhido,mas ele não aparece em momento algum da história.O vilão mesmo são as suas ideias e a forma como ele colocou elas em prática juntamente com as milícias


A história é repleta de representatividade,o que achei muito muito bacana e necessário.Em poucas distopias (talvez essa seja a primeira) consegui ver tanta representatividade presente.
Isso chama muito a atenção positivamente.
A questão dos mínimos atos serem considerados rebeldia me fez lembrar demais de 1984, do autor George Orwell.
As questões políticas foram bem exploradas.Nada de inovador,mas o autor apostou numa fórmula mais simples,com algumas pitadas diferenciais aqui e ali,o que acabou fazendo com que a história seguisse uma linha bem coerente do início ao fim.
A mensagem da história é bem passada,mostrando que heróis não nascem do nada,eles se criam diante das dificuldades,nem precisando ter super poderes.Basta coragem,senso de justiça e vontade de fazer a diferença.Mensagem essa que temos que levar pra vida!

Pra finalizar pessoal,pode parecer que não gostei do livro,mas não é bem assim.Algumas coisas me incomodaram sim,mas os pontos positivos se sobressaíram e no geral acabou se tornando uma leitura ok,mas ficou a sensação de que poderia ter sido melhor.
Mas por ter muitas coisas semelhantes ao nosso atual quadro social e político,acho uma leitura super válida e necessária.
Parabéns ao autor pela coragem de fazer uma distopia com representatividade,mostrando os conflitos e perseguições da sociedade por puro preconceito e medo.



"É uma bolha,nosso mundo perfeito.Pessoas diferentes e iguais ao mesmo tempo.Que falam de filmes,músicas,relacionamentos e da falta deles,de sonhos loucos,política,viagens e de profissões.Que discordam e não se matam por isso.Um talento que a muitos parece perdido."



"Todo amigo um dia já foi um estranho,minha avó costumava dizer.Não dá pra antecipar quem vai passar batido pela gente,e quem vai nos olhar mais atentamente e mudar nossa vida."



"Afinal,todo relacionamento precisa de manutenção,até os que mantemos com nossos fantasmas."



"Numa sociedade sã,a loucura é a única liberdade."




Bom pessoal,espero que tenham gostado da resenha.
Essa é uma boa leitura para vocês terem um primeiro contato com uma distopia nacional.Tenho certeza que vai ser proveitoso pra vocês.
Alguém por aqui já leu?Gostou?Pretende ler?
Só uma história engraçada:ficava procurando o autor quase todos os dias da Bienal,mas por ter outros eventos pra ir no mesmo dia que ele estava por lá,acabava não encontrando.
Eis que no último dia,exatamente no momento em que eu estava indo embora,resolvi passar no estande da Companhia das Letras e adivinhem quem estava por lá?Sim,ele estava por lá e mais sorte ainda:eu tinha levado meu livro hahahahhahhaha
Então gente,por hoje é só,não esqueçam de deixar suas opiniões!
Vou indo nessa,até a próxima postagem!
Grande abraço e ótima semana pra vocês!

12 comentários:

pausaparapitacos disse...

Hey, Cláudio! Tudo bem?
Eu estou aprendendo a gostar de distopias, sabe. Até um tempo atrás, eu passava longe do gênero, mas ultimamente tenho dado mais chance a ele e tenho tido boas surpresas.
Adorei a premissa desse livro e, sem dúvidas, entrou para a lista dos que darei uma chance no futuro, rs!

Beijocas,
Fabi
pausaparapitacos.blogspot.com.br

Nessa disse...

Oie
Achei interessante o livro, mas acho que não o leria, não faz muito meu gosto de leitura.

Beijinhos
https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

Na Nossa Estante disse...

Oi Claudio! Que bom que os pontos positivos valem mais que os negativos, eu achei a premissa muito boa, tão, tão real que sinceramente acho que falta pouco pra ser assim rsrsrs

Bjs, Mi

O que tem na nossa estante

Rafael Lemos disse...

Oi, Cláudio. Fiquei muito interessado nesse livro, desde que ouvi falar sobre ele. Apesar de ser ruim quando um livro não é tudo o que esperávamos, é sempre bom os pontos positivos superarem os negativos.

Abraços!

Crush For Books

Jessica Andrade disse...

Oi Cláudio,

Gosto muito de distopias e esse livro me chamou bastante atenção, tenho alguns livros na frente para ler, mas vou anotar para não esquecer dele.
Bjs
http://diarioelivros.blogspot.com.br

Luli Ap. disse...

Olá Cláudio
Eu estou encantada com sua resenha.
Uma distopia nacional, aliás nossa literatura em excelente fase!, com representatividade coisa que amoooooo e penso deveria existir desde sempre, "real" e bem construído.
Levo a indicação para minha wishlist!
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

Cláudio Cabral disse...

Oi Fabi!
Tudo ótimo e você?
EU te entendo,até porque as distopias se repetem demais,parece que a gente tá sempre lendo a mesma história kkkkkkkk
Justamente por isso dei um tempo do gênero.
Que bom que você tem se surpreendido!Me diz depois quais os que te surpreenderam pra eu poder colocar na minha lista kkkkkkkkkk
Lê sim,achei bem bacana e uma distopia bem atual!
Beijos!

Cláudio Cabral disse...

Oi Nessa!
É mega interessante,até pelo fato da distopia se passar aqui no Brasil,acaba sendo tudo mais real pro leitor.
Beijos!

Cláudio Cabral disse...

Oi Mi!
Sim,isso me deixou super feliz no final de tudo kkkkkk
É bem real mesmo,bem visual e é uma história que convence por essa realidade.O autor acertou demais!
Beijos!

Cláudio Cabral disse...

Oi Rafael!
Fiquei exatamente que nem você.Lembro que li a sinopse e achei uma história tão real,tão Brasil mesmo,lógico que eu tinha que ler kkkkkkkkkk
Sim,felizmente os pontos positivos superaram os negativos!
Abraços!

Cláudio Cabral disse...

Oi Jessica!
Gosto bastante também,mas fico sempre com um pé atrás porque dependendo da distopia parece que eu tô lendo sempre a mesma história de outros livros kkkkkkkkkk
Depois me diz se gostou!
Beijos!

Cláudio Cabral disse...

Oi Luli!
Ahhhh sabe que fico feliz demais que tenha gostado tanto da resenha.Foi difícil fazer,mas valeu muito a pena.
Precisamos de mais distopias nacionais né?
Mas é ótimo ver o quanto a nossa literatura tá numa fase sensacional,evoluindo cada dia mais.
Que continue assim!
Beijos!

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