sábado, 5 de agosto de 2017

Resenha:A Guerra Que Salvou A Minha Vida


Livro:A Guerra Que Salvou A Minha Vida
Autora:Kimberly Brubaker Bradley
Editora:Darkside
Páginas:240
Tradução:Mariana Serpa Vollmer

Sinopse

Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando.
Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida melhor.
Kimberly Brubaker Bradley consegue ir muito além do que se convencionou chamar “história de superação”. Seu livro é um registro emocional e historicamente preciso sobre a Segunda Guerra Mundial. E de como os grandes conflitos armados afetam a vida de milhões de inocentes, mesmo longe dos campos de batalha. No caso da pequena Ada, a guerra começou dentro de casa.




Oi gente!Tudo bom?Como vocês estão?
Eu tinha separado uma postagem da Bienal pra hoje,mas achei interessante dar continuidade nas resenhas e ao longo da próxima semana ir lançando as postagens sobre a Bienal.Aproveitando,se quiserem alguma postagem especial sobre o evento,algo mais específico,se tem algum tipo de dúvida com relação a Bienal aqui do Rio,deixem suas dúvidas nos comentários ou lá na página do blog que irei responder e preparar postagens bem legais pra vocês.
Bom,hoje vamos falar de um livro que estará com certeza na lista de melhores leituras do ano.Estou falando de A Guerra Que Salvou A Minha Vida,da autora Kimberly Brubaker Bradley da editora Darkside.

Aqui vamos conhecer a história de Ada,uma menina que nasceu com os pés tortos e tem dificuldade de andar,preferindo quase sempre engatinhar.Por conta disso sua mãe a maltrata,deixando-a presa dentro de casa para que nenhum dos vizinhos tenha acesso a ela.Ada então fica em frente a janela observando a rua e sonhando com dias melhores e à espera do seu irmão Jamie voltar da escola. 
O clima de tensão de pré guerra é cada vez mais evidente,mas apesar disso Ada escondida de todos resolve aprender a andar da melhor maneira possível pra que consiga respeito da sua mãe.Só que aos poucos ela vai vendo que nunca vai conseguir esse respeito,que será para sempre a filha excluída.Sendo assim,ela aproveita um comboio que levará crianças para lares temporários até que a guerra acabe para que ela possa fugir da sua mãe junto com Jamie.
Quis o destino que eles fossem parar na casa de Susan Smith,uma senhora que vive sozinha junto com suas dores e um passado fechado.
Aos poucos a relação entre eles vai se fortalecendo,Susan cuidando das crianças da melhor maneira possível e eles ensinando Susan a superar suas barreiras do passado para se tornar uma pessoa melhor,mesmo em um ambiente regado de muita tensão por conta da guerra.
Mas as coisas prometem se complicar.Será possível criar laços impenetráveis durante uma guerra ou seria tudo uma ilusão?
Ada vai ter que lidar contra suas desconfianças,com descobertas e muitas surpresas para entender que a guerra pode ter sido a melhor coisa que aconteceu na sua vida.
Será que essa relação vai se fortalecer ou algo está prestes a acabar com tudo?



Olha não sei se já falei aqui,mas adoro livros que abordam a temática de guerras,principalmente se for pelo olhar de uma criança.Acho mega importante termos uma noção,mesmo que mínima,dos horrores que aconteceram nesses períodos,para que elas não tornem a acontecer,nos façam refletir e nos tornem pessoas melhores.É inacreditável ver quantas atrocidades aconteceram e quantas pessoas foram afetadas:crianças,mulheres,idosos.....
Livros assim nos fazem abrir os olhos para isso e servem de alerta.
Em A Guerra Que Salvou A Minha Vida temos um diferencial:temos o ponto de vista de personagens que não são judeus,não estão ligados diretamente a guerra.Isso foi bacana pra dar uma dimensão do impacto que ocasionou na vida de todas as pessoas.A autora acertou demais nesse tipo de abordagem,mostrando esse lado que ainda não era tão conhecido assim do público.
E temos tudo isso retratado com uma simplicidade,um cuidado com as palavras,mas ao mesmo tempo com uma intensidade que consegue tocar o leitor profundamente.A gente acaba tendo raiva de Ada,mas ao mesmo tempo entendemos ela,tudo pelo que ela passou e é nessa ambiguidade de sentimentos que a história vai nos conquistando.Ada é um personagem extremamente complexo.É uma menina que não sabe a idade que tem,nunca saiu de casa,não sabe ler nem escrever,não conhece as coisas mais simples da vida e que de repente se vê livre da prisão que ela vivia em casa com a mãe,para um ambiente em que tem uma pessoa que se preocupa com ela e que vai ensinando pouco a pouco coisas que ela nem imaginava que iria conhecer,que cuida dela e não tem nenhum tipo de preconceito com seu pé torto,pelo contrário:cuida diariamente do pé dele,arranja uma muleta pra que ela consiga andar melhor,se preocupa de verdade.
Jamie é o personagem mais fofo dessa história.É um menino super carinhoso que tem um cuidado especial com a irmã,super curioso e protetor.Ele vive um conflito de sentimentos quando vai morar com a senhorita Susan:ele gosta muito dela,mas ao mesmo tempo tem saudades de casa,saudades da sua mãe.Por causa disso acaba protagonizando algumas cenas de cortar o coração.Impossível não se conectar com esse menino.
E Susan,o que dizer dela?Uma senhora que vivia sozinha numa casa,nunca tinha tido filhos e de repente se vê com a tarefa de cuidar de duas crianças sem saber como.Mas aos poucos ela vai se acostumando e entendendo o quanto pode fazer bem para as crianças e o quanto elas fazem bem pra ela mesma.Talvez seja o personagem que mais se transforma durante a história.
A relação entre os irmão foi muito bem trabalhada aqui.É muito bonito vermos o quanto a Ada se preocupa com o irmão,muito mais do que com ela própria e vice-versa.Mostram que são uma família de verdade e é mega encantador ver os dois juntos,aquele amor de irmãos é simplesmente lindo de se acompanhar!
A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista da Ada,o que foi fundamental para que a história me tocasse completamente.Ela é uma menina que muitas pessoas poderiam falar:"nossa,coitada da menina com o pé torto",mas não é isso que acontece.O leitor fica chocado mesmo com o pensamento da mãe dela,se coloca no lugar da nossa protagonista e se identifica com a força de vontade que ela tem.Ada tinha tudo pra ser uma garota que desiste das coisas,mas nunca desistiu.Mesmo sentindo dores terríveis e se machucando ela nunca desistiu de aprender a andar.Certeza que muitas pessoas vão aprender muito com ela.
A autora prova que é possível falar de temas pesados de uma forma que o leitor se sinta tocado de uma forma que nos coloquemos dentro da história.A guerra aqui apesar de ser o pano de fundo não é o motivo principal da história,o que dá mais um ponto positivo.A autora conseguiu separar a história de Ada da guerra,juntando os dois quando foi necessário,dando para o leitor toda a dimensão do que aconteceu no pré e pós guerra.
E gente,histórias narradas por crianças quando são bem escritas são lindas demais!É praticamente uma poesia e não uma simples escrita.Nesse sentido,muitas palmas para a Kimberly Bradley.
Ela conseguiu e provou que de uma tragédia coisas boas podem acontecer.
Recomendo essa leitura,não só pela história,mas pela mensagem que ela passa,pela delicadeza,simplicidade e amor presentes na história.Se querem uma história que é capaz de invadir seus corações,esse é o livro!



"Estávamos livres.Da Mãe,das bombas do Hitler,da minha prisão no apartamento.De tudo.Doidice ou não,eu estava livre."


"Ele não vai querer ela",disse o Jamie."Gente boa odeia esse pé horroroso."
A srta Smith soltou uma risada curta e áspera.
"Então você está com sorte,porque de boa eu não tenho nada."


"A árvore de Natal nos faz lembrar que Deus é como uma árvore perene:não morre nunca,nem no inverno."



E então gente,gostaram da resenha?Confesso que de todos os livros que já li da Darkside (e olha que não foram poucos kkkkkkkkk),esse foi um dos melhores.Difícil não se emocionar com tudo o que aconteceu,a forma como os personagens sofrem....é tudo muito íntimo e emocionante demais!
Sério,leiam esse livro,recomendem pra outras pessoas porque é leitura obrigatória!
Olha que é difícil um livro me emocionar da forma como esse me emocionou.
É uma leitura tão fluida que acabei lendo em um dia,sério!
Bem pessoal,alguém já leu esse livro?Me contem o que acharam,se gostaram,ou não,quem não leu,se ainda têm vontade de ler....
Por hoje é só galerinha,nos vemos na próxima postagem!
Bom fim de sábado e ótimo domingo pra vocês!
Forte abraço!

10 comentários:

Rackel disse...

Oi! Também gosto de livros com temática da guerra. A maioria que li foi com crianças sendo protagonistas, não sei se é preferência ou grande parte das histórias são com elas. Esse livro tem a diagramação linda e tenho muita vontade de ler. Bjos ❤

Click Literário

Luiza Helena Vieira disse...

Oi, Cláudio!
Eu gostei desse livro justamente por mostrar outro lado da Segunda Guerra.
Beijos
Balaio de Babados
Concorra ao livro Depois do Fim autografado

ME Assessoria disse...

Que livro ótimo, já quero ler..

http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

Nessa disse...

Oie
Amei este livro, ele é emocionante e o contexto e o enredo é muito bom.

Beijinhos
https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

Luli Ap. disse...

Olá Cláudio
Aaaaaiinnnn estou roendo as unhas de curiosidade para ler esse livro!
Além de ser da DarkSide o que é sinônimo de fofurice fofuroso, é um ponto de vista sobre a guerra que eu nunca vi, quem diria que uma guerra poderia salvar uma vida????
Taí uma narrativa que prova que é possível e de maneira poética.
Pelo olhar de uma criança.
Assim que eu ler faço resenha também.
E já estou com a minha mochila pronta para acompanhar seus posts da Bienal!!
Excelente semana pra ti
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

Cláudio Cabral disse...

Oi!
É uma temática que me cativa e mexe bastante comigo.
Acho que a escolha é por crianças pela questão emocional mesmo.
A diagramação tá a coisa mais linda mesmo!
Depois me diz se gostou da história :D
Beijos!

Cláudio Cabral disse...

Oi Luiza!
Não é?Grande diferencial sem dúvidas!
Beijos!

Cláudio Cabral disse...

Oi Monique!
Super vale a pena,vai curtir muito!
Beijos!

Cláudio Cabral disse...

Oi Nessa!
Emoção é o que não falta aqui.A história é ótima,a escrita da autora encaixou bem demais com o enredo,super curti!
Beijos!

Cláudio Cabral disse...

Oi Luli!
Acredita que peguei esse livro sem expectativas nenhuma?
Acabou que fui surpreendido,amo quando isso acontece.
Sem falar,claro,do padrão Darkside que é aquilo que a gente já conhece:um arraso de lindo!
Fiquei muito intrigado com o título também,não consegui imaginar como uma guerra pode salvar a vida de alguém,mas foi exatamente isso o que aconteceu kkkkkkkkk
Pode esperar várias postagens sobre a Bienal!
Beijos!

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